sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Extinção e Conservação


   Extinção:


       Como em toda a Europa, o lobo é temido pelas pessoas na Península Ibérica desde tempos remotos. A alegada ferocidade do lobo e o roubo de animais de criação levaram à caça sistemática destes canídeos, que tiveram a sua área de distribuição geográfica muito reduzida. Enquanto que no início do século XX os lobos ainda se distribuíam por quase todo o território continental português, calcula-se que hoje esses animais ocupem apenas 20% da sua área de distribuição original.

      Apesar de que a caça é hoje proibida, o lobo ainda é ameaçado pela destruição da vegetação nativa e a construção de grandes infra-estruturas, como auto-estradas, que fragmentam os habitats. A diminuição do número de presas naturais do lobo, como o javali, o corço e o veado, levam os lobos a atacar animais domésticos e a entrar em conflito com as populações rurais.
Em Portugal o lobo-ibérico é classificado como espécie "em perigo", enquanto que em Espanha é classificado como "vulnerável". A população de Lobos Ibéricos tem vindo a aumentar devido aos esforços de conservação tanto em Portugal como em Espanha.

Se se preocupa com a extinção do lobo ibérico e gostaria de colaborar na sua
conservação fazendo algo mais do que a ajuda financeira habitual, o Centro
de Recuperação do Lobo Ibérico (CRLI), na Malveira, é o local indicado.


Conservação:

      A necessidade de preservar o património natural constituído pelos animais e outras formas de vida que se encontram no estado selvagem impôs-se tanto a nível de estados como de organizações internacionais. O ser humano beneficiou dos outros organismos por várias vias, algumas das quais só nos apercebemos quando determinadas espécies ou comunidades desaparecem.

            A investigação nas áreas da conservação de espécies analisa o impacte humano na biodiversidade e desenvolve estratégias para a preservar. A criação das áreas protegidas permite, em parte, preservar a riqueza dos territórios e das espécies. Quando o meio natural deixa de existir, a reintrodução da espécie torna-se impossível. Qualquer que seja o interesse em salvaguarda as espécies ameaçadas, a sua sobrevivência depende em primeiro lugar da vontade, determinação e coragem das populações. As organizações internacionais contam com um grande número de colaboradores, o que mostra a sensibilidade das pessoas em relação a este assunto.


Uma espécie ameaçada é uma espécie cujas populações estão decrescendo a ponto de colocá-la em risco de extinção. Muitos países têm legislação que protege estas espécies, proibindo a caça e protegendo seus habitats, mas essa legislação tem-se demonstrado insuficiente para evitar que um número crescente de espécies deixe de existir, sem que se tenha notícia deste facto.

O estado de conservação de uma espécie é um indicador da probabilidade de que esta espécie ameaçada continue a existir. Os factores usados nesta classificação incluem a amplitude de distribuição da espécie, o nível de ameaça a que está sujeita, a variação do tamanho da população, e outros.



A perseguição directa movida por pastores e caçadores - caça furtiva com armas de fogo, remoção das crias das tocas, armadilhas e envenenamento - deve-se à crença generalizada que o lobo ataca o homem e os animais domésticos. A escassez de presas naturais, provocada pela destruição do habitat, leva a que os lobos, por vezes, ataquem os animais domésticos.

Lobo-Ibérico

      
       O lobo-ibérico é uma subespécie do lobo-cinzento que existe na Península Ibérica.
Ainda no século XIX o lobo se distribuía por quase todo o território da Península Ibérica. Ao longo do século XX, a caça e a redução do habitat natural causaram sua extinção na maior parte desse território. Actualmente o lobo-ibérico está praticamente restrito ao quadrante noroeste da península

Área de distribuição:
       Em Portugal a área de distribuição do lobo abrange cerca de 20.000 km² no norte do país. Considera-se que existem duas populações separadas pelo Rio Douro:
      Uma população próspera ao norte do Douro, em uma área montanhosa que ocupa os distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança e pequena parte do distrito do Porto. Essa população abrange cerca de 50 alcatéias e é contínua com a grande população do lado espanhol da fronteira. Áreas protegidas portuguesas importantes para a preservação do lobo ao norte do Douro são o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o Parque Natural do Alvão, o Parque Natural de Montesinho e o Parque Natural do Douro Internacional.




Alimentação:
    A sua alimentação é muito variada, dependendo da existência ou não de presas selvagens e de vários tipos de pastoreio em cada região. A vida em alcateia permite ao lobo caçar animais bastante maiores que ele próprio.
     As suas principais presas são o javali, o corço e o veado, e as presas domésticas mais comuns são a ovelha, a cabra, a galinha, o cavalo e a vaca. Ocasionalmente também mata e come cães e aproveita cadáveres que encontra, isto é, sempre que pode é necrófago (seres que se alimentam por seres mortos).

Reprodução:
            A época do acasalamento abrange o final do inverno e princípio da primavera (Fevereiro a Março). Após um período de gestação de 2 meses nascem entre 3 e 8 crias, cegas e indefesas. As crias e a mãe permanecem numa área de criação e são alimentadas com comida trazida pelo resto da alcateia.
Por volta de Outubro as crias abandonam a área de criação e passam a acompanhar a alcateia nas suas deslocações. Os jovens lobos alcançam a maturidade sexual aos 2 anos de idade. Aos 10 anos já são considerados velhos, mas em cativeiro chegam a viver 17 anos.

Comportamentos:
       O lobo-ibérico vive em alcateia de forte organização hierárquica. O número de animais numa alcateia varia entre os 3 a 10 indivíduos e está composta por um casal reprodutor (casal alfa), um ou mais indivíduos adultos ou subadultos e as crias do ano. A alcateia caça e defende o território em grupo.
      Os indivíduos de uma alcateia percorrem uma área vital que varia em tamanho de acordo com as características da região. Em Portugal, as áreas vitais são relativamente pequenas, entre 100 e 300 km2. Buscando presas, os lobos podem percorrer entre 20 a 40 km diários dentro do seu território. Essas deslocações ocorrem geralmente à noite.
Área aproximada de distribuição do lobo-ibérico. As pequenas populações ao sul do Douro em Portugal e no sul da Espanha estão isoladas da grande população ao norte da Península.